Para além dos muros da Universidade

por: Bárbara Fernandes, estagiária em graduação, ObEXC
25/01/2018 - 16:52 - atualizado em 01/02/2018 - 08:57

Alanna Fernandes do Nascimento é estudante do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia. Durante sua graduação, sempre tentou levar cultura e arte para dentro da sala de aula, através de poemas, vídeos e músicas que se relacionavam ao assunto da matéria ministrada no dia.

No início de 2017 a estudante começou a trabalhar com audiovisual e, por meio do seu trabalho queria devolver à Universidade um pouco de tudo que ela lhe ofereceu, formação acadêmica, crescimento pessoal; caráter e outras tantas oportunidades profissionais. Aliado a esse desejo e a oportunidade de gerar cultura, Alanna se inscreveu no Programa Institucional de Apoio à Cultura (Piac) 2017, viabilizado pela Diretoria de Cultura da Pró-Reitoria da Extensão e Cultura (Dicult/Proexc) com o apoio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proae), na modalidade estudantil. “Gostaria de fazer algo relacionado à instituição que fosse benéfica para ela e para mim, na minha carreira como artista”, revela.

Seu projeto “Palhaços Visitadores: transformando o cinza do HC UFU em risos e cores”, que foi aprovado, consiste na elaboração de documentário sobre os Palhaços Visitadores, imersos em um projeto já existente, o “Pediatras do Riso”, do curso de Teatro da UFU. O Pediatras do Riso existe há 18 anos e leva para crianças e adultos hospitalizados no Hospital de Clínicas da UFU, através de seus personagens palhaços, arte e comicidade. Atualmente é coordenado pela professora Ana Wuo.

De acordo com a estudante, a proposta é que o produto tenha de vinte a trinta minutos e que retrate de forma lúdica, poética, risonha e verdadeira a vida e o trabalho dos Palhaços Visitadores. Por meio de discursos e imagens espalhafatosas, brilhantes e mágicas de palhaçaria, pretende retratar como a arte pode fundir-se ao sentido da dura realidade e transforma-la num experimento profissional que ressignifique a dor, a doença, a espera, o ambiente hostil e a seriedade de profissionais que se perderam na dureza da vida e se renderam à rotina séria, enrijecida e metódica.

Alanna conta que sua ideia foi muito bem recebida pela professora Ana, uma vez que ela tem a intenção de institucionalizar o trabalho dos Pediatras do Riso e que a documentação do trabalho deles poderá ajuda-la nessa conquista. Relata também que todos e todas que estavam no Hospital, seja paciente ou acompanhante, durante os dias de filmagem receberam a equipe com toda abertura e carinho possíveis, agradecendo a todo momento o trabalho do pessoal do Pediatras e comentando sobre a extrema importância do riso num ambiente tão hostil como é um hospital, principalmente quando falamos sobre crianças.

 

 

Em relação ao processo de seleção do Piac, a estudante afirma que ocorreu de forma extremamente democrática e organizada. E essa modalidade dispensa a presença de um professor ou técnico administrativo como coordenado, dando protagonismo ao estudante UFU. “O apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc) e da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Proae) personificados na equipe da Diretoria de Cultura (Dicult) são de fundamental importância para a conclusão dos projetos com êxito e excelência”, garante Alanna.

Na opinião da discente o processo de seleção é muito benéfico, pois além de ajudar os estudantes a obter experiência no que diz respeito à leitura e compreensão de editais, também auxilia na obtenção de experiência em como se portar durante o processo de seleção, a criar uma argumentação concisa e coesa para um melhor entendimento dos jurados e a ter comprometimento para com a responsabilidade de prestação de contas com um dinheiro que não é seu, mas sim da sociedade.

Diante de um cenário nacional de cada vez menos fomento a cultura e a arte, Alana vê o incentivo do Piac com muita estima, uma vez que através dos projetos selecionados, há a democratização e a ampliação do acesso cultural de pessoas das mais variadas idades e camadas sociais. “A promoção da cultura é fundamental para a formação de um cidadão sensível, criativo, lúdico, comprometido com a empatia e o amor ao próximo, e principalmente, crítico em relação à realidade”, diz.

Há algum tempo, o direito às festas e manifestações culturais dentro dos muros da Universidade foi reduzido significativamente e é por isso, na opinião da estudante que o PIAC é tão importante. “É um suspiro de vida, é uma possibilidade que os artistas voltem a ter o espaço e visibilidade que merecem”, finaliza ela.

 

Serviço - Equipe Observatório de Extensão e Cultura (ObEXC Proexc): Bárbara Fernandes, estagiária de graduação em Jornalismo; Eduardo Gomes, estagiário de graduação em Design; e supervisão de José Amaral Neto, coordenador do ObEXC.

Tópicos: